Pela primeira vez, uma equipa de
investigadores reproduziu em laboratório o que se passa na natureza, expondo
espermatozoides humanos a concentrações de um pesticida – DDT
(Dicloro-Difenil-Tricloroetano, um pesticida proibido, mas ainda utilizado em
zonas endémicas de malária) – iguais às encontradas no ambiente. Ao expor as
amostras de esperma humano a concentrações um milhão de vezes inferiores às
utilizadas em estudos anteriores, os investigadores provaram que as quantidades
de pesticida presentes na natureza provocam danos no espermatozoide.
Estas substâncias que provocam alterações
hormonais no organismo boicotam a comunicação intracelular afetando a atividade
do espermatozoide que começa a tentar “fertilizar” sem a presença do oócito, o
que causa a sua morte.
Nos ensaios realizados foram utlizadas cerca de
200 amostras humanas recolhidas nos Hospitais da Universidade de Coimbra, da
Escócia e de Inglaterra. Ao imitar em laboratório as baixas
concentrações presentes no meio ambiente, este estudo abre caminho para se
verificar os efeitos do contacto com outros poluentes, como por exemplo,
dioxinas, no decréscimo da fertilidade masculina. Até agora, havia evidências
de que diversos poluentes interferiam na função do espermatozoide, mas não era
possível confirmar este efeito porque os estudos realizados envolviam
quantidades de pesticida muito superiores à que os indivíduos estão expostos.
Agora, temos as provas científicas que as concentrações às quais o homem pode
estar exposto podem provocar o aumento da infertilidade.
Bibliografia:
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